terça-feira, 25 de dezembro de 2007
Boas festas e feliz ano de 2008
domingo, 23 de dezembro de 2007
Movido ... O Pêndulo de Foucault, Umberto Eco (9/9)
O Canto da Missão, John le Carré (5/9)
sábado, 8 de dezembro de 2007
Histórias de Alaíno, Poeta e Mágico, Miguel Serrano (6/9)
Ficha Técnica
Título: Histórias de Alaíno, Poeta e Mágico
Autor: Miguel Serrno
Edição: Câmara Municipal de Odemira
Ano: 1995
ISBN: N/Tem
Páginas: 60
quinta-feira, 6 de dezembro de 2007
A escrita de Padre António Vieira
Este extracto é um exemplo do modo como, na segunda metade do Séc. XVII, Padre António Vieira escrevia, apesar de preso pela inquisição e doente.
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Aqueles historiadores que nomeamos e foram os mais célebres do Mundo, escreveram os impérios, as repúblicas, as leis, os conselhos, as resoluções, as conquistas, as batalhas, as vitórias, a grandeza, a opulência e felicidade, a mudança, a declinação, a ruína ou daquelas mesmas nações, ou de outras igualmente poderosas, que com elas contendiam. Nós também havemos de falar de reinos e de impérios, de exércitos e de vitórias, de ruínas de umas nações e exaltações de outras; mas de impérios não já fundados, senão que se hão-de fundar; de vitórias não já vencidas, mas que se hão-de vencer; de nações não já domadas e rendidas, senão que se hão-de render e domar.
Hão-se de ler nesta História, para exaltação da Fé, para triunfo da Igreja, para glória de Cristo, para felicidade e paz universal do Mundo, altos conselhos, animosas resoluções, religiosas empresas, heróicas façanhas, maravilhosas vitórias, portentosas conquistas, estranhas e espantosas mudanças de estados, de tempos, de gentes, de costumes, de governos, de leis; mas leis novas, governos novos, costumes novos, gentes novas, tempos novos, estados novos, conselhos e resoluções novas, empresas e façanhas novas, conquistas, vitórias, paz, triunfos e felicidades novas; e não só novas, porque são futuras, mas porque não terão semelhança com elas nenhumas das passadas. Ouvirá o Mundo o que nunca viu, lerá o que nunca ouviu, admirará o que nunca leu, e pasmará assombrado do que nunca imaginou. E se as histórias daqueles escritores, sendo de cousas menores antigas e passadas, se leram sempre com gosto, e depois de sabidas se tornaram a ler sem fastio, confiança nos fica para esperar que não será ingrato aos leitores este nosso trabalho, e que será tão deleitosa ao gosto e ao juízo a História do Futuro, quanto é estranho ao papel o assunto e nome dela.
Mas porque não cuide alguma curiosidade crítica que o nome do futuro não concorda nem se ajusta nem com o título de história, saiba que nos pareceu chamar assim à esta nossa escritura, porque, sendo novo e inaudito o argumento dela, também lhe era devido nome novo e não ouvido.
"
in História do Futuro
domingo, 2 de dezembro de 2007
Mensagem, Fernando Pessoa
Considerando Fernando Pessoa como o maior poeta português, de sempre, não posso deixar de destacar a sua "Mensagem". Pretendo apenas homenageá-lo, a ele, apresentando um dos poemas incluídos no livro e à professora que me introduziu à sua obra.
Mar Português
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
Este foi o primeiro poema que decorei, a minha professora de português, Maria Helena Ferro, era uma acérrima divulgadora da obra de Fernando Pessoa e a ela devo um agradecimento por me ter proporcionado a criação de um hábito tão importante como é a leitura e o gosto pelas línguas, principalmente a língua portuguesa. Obrigado professora.
Ficha Técnica
Título: Mensagem
Autor: Fernando Pessoa
Edição: Círculo dos Leitores / Publicações Dom Quixote
Ano: 1987
ISBN: N/Tem
Páginas: 128